quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Na GEDOC - TV Brasil / Foto Tatiana Arruda

Nem a falta de tempo e a vida agitada da estudante de jornalismo e estagiária da Gerência de Documentação e Pesquisa da TV Brasil, Dilcéia Norberto de Oliveira, 34 anos, a fizeram desistir de participar do 14° Prêmio Nacional Assis Chateaubriand de Redação-Projeto Memória. Mas toda a sua persistência não foi em vão. O tema João Cândido e a luta pelos Direitos Humanos, lhe rendeu o primeiro lugar no concurso e o prêmio no valor de R$8 mil.

Dilcéia participou desse mesmo concurso em 2007, e para ela, um dos motivos por não conseguir uma boa colocação, foi o estilo utilizado em sua redação. “Eu sabia que tinha feito um texto burocrático, e não ganhei nada”, falou a estudante. O personagem escolhido pela Fundação Assis Chateaubriand no ano passado foi o ambientalista brasileiro, Augusto Ruschi.

A estudante pôde resgatar através de pesquisas realizadas na Internet e publicações, a trajetória do marinheiro negro e líder da Revolta da Chibata, João Cândido. Mas segundo ela, não foi nada fácil terminar esse trabalho, devido ao pouco material disponível sobre a vida de João. Recorri também a alguns livros de história, mas eles não contam exatamente a vida de João Cândido, e sim a Revolta que ele liderou”, disse Dilcéia, que gostaria de ter se aprofundado mais em sua pesquisa.

Esse ano Dilcéia resolveu escrever um texto diferente, e não tão convencional. Ela pretendia passar a vida sofrida de João de uma maneira mais suave e didática. “O grande mérito desse meu texto foi ter dado leveza a uma história pesada”, explica a estagiária da GEDOC. Faltando dois dias para entregar a redação, ela não havia conseguido prosseguir com sua idéia, e ainda não tinha escrito o primeiro parágrafo. “Quando consegui terminar fiquei naquela dúvida, será que eu consegui o que queria?”.

Mas João Cândido não é considerado o único herói negro brasileiro. Nos últimos 32 anos, comemora-se em 20 de novembro, o Dia Nacional da Consciência Negra. Nessa mesma data, em 1695, Zumbi, um dos últimos líderes do Quilombo dos Palmares foi assassinado. Com sua morte, ele se transformou em um grande ícone da resistência negra ao escravismo e da luta pela liberdade.

Além de escrever sobre João Cândido, Dilcéia também criticou o racismo existente na sociedade brasileira, e a importância de se manter política de condições igualitárias entre brancos e negros. Utilizando uma frase de seu professor, Arthur Dapiéve, a estudante foi crucial em relação ao preconceito:“Falta democracia racial”, criticou ela.

Dilcéia está muito feliz com o prêmio que veio na hora certa. Ela já foi pauta do Notícias do Rio, telejornal da TV Brasil, e do portal da Pontifícia Universidade Catótica, PUC. Mas no momento, sua única surpresa é a fama repentina, e brinca: “Aproveita que por enquanto o autógrafo é de graça”.



Ao lado de Candinho, filho de João Cândido / Foto Ana Magliari

10 Comments:

  1. Anônimo said...
    Adorei o conteúdo do blog. Viajei por ele todo *.*


    http://alacarte-domeujeito.blogspot.com/
    Anônimo said...
    Nossa q belo prêmio parabens pra ela mesmo!
    ela tratou de um tema bem dificil devido a falta de informação...mais conseguiu um otimo resultado ^^
    Claudemir said...
    Parabéns pra Dilcéia correu atrás e com muito esforço e dedicação alcançou o seu objetivo, apesar da dificuldades...nada vem de graça, sempre temos que lutar e as vezes muito pra atingirmos a nossa meta.
    Abraço e parabéns pelo blog.
    Anônimo said...
    Parabéns! O texto e o tema foi muito bem escolhido. Parabéns mesmo para ela.
    Anônimo said...
    Gostei bastanta da matéria. Muito bem explicado. Parabéns mesmo viu. Realmente não adianda fazer mais nada pois já descobriram a fonte.
    Anônimo said...
    Parabéns para ela, conseguiu merecidamente xD


    abraços, belo blog

    passa lá
    http://www.som10.blogspot.com/
    Anônimo said...
    Parabéns pelo blog.

    http://fogodeletras.blogspot.com/
    Levi Ventura said...
    Não estou conseguindo ouvir falar em consciência negra, pois estou indignado.
    Aqui em Salvador, onde moro, um lugar predominantemente afro-descendente, hoje não foi considerado como feriado.
    Isso é um absurdo.
    Anônimo said...
    que bom pra ela...

    e isso do dia da consciencia negra virar feriado eu acho racismo... tudo bem que tem tudo aquilo de homenagem aos escravos e etc... mas eh meio racista
    Homenzinho de Barba Mal feita said...
    Legal o prêmio, ela escreveu sobre um personagem até então pouco divulgado, apesar de ter sido tão importante para a cultura brasileira.


    http://hdebarbamalfeita.blogspot.com/

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